Após a percepção de uma estagnação nos índices de desempenho dos estudantes e da elevação nas taxas de evasão e defasagem no aprendizado do Brasil — um estudo realizado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que o país tem quase 1,4 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos fora da escola —, o Ministério da Educação homologou, em 2016, uma reforma nas diretrizes do Ensino Médio, sancionando a Lei nº 13.415/2017 apenas em 2017 para que a implementação do Novo Ensino Médio aconteça em 2022.
Na nova estrutura, o tempo mínimo do estudante do Ensino Médio na escola passou de 800 horas para 1000 horas anuais. Além disso, foi definida uma nova organização curricular, mais flexível, que deve contemplar uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Itinerários Formativos contendo possibilidades de escolhas aos estudantes, com foco nas áreas de conhecimento.
A mudança tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.
Com o prazo se aproximando, as escolas já vêm se adaptando às mudanças estabelecidas. Para entender os benefícios que essas transformações têm para os estudantes e para as questões pedagógicas, continue a leitura. Neste artigo, vamos explicar o conceito deste novo modelo, e seus principais objetivos e diferenças quanto à abordagem atual. Acompanhe a seguir.
Qual é o conceito do Novo Ensino Médio?
O Novo Ensino Médio é um modelo de aprendizagem por áreas de conhecimento, orientado pelos seguintes princípios:
- • formação integral do estudante;
- • projeto de vida;
- • pesquisa como prática pedagógica;
- • respeito aos direitos humanos como direito universal;
- • compreensão da diversidade e realidade dos sujeitos;
- • sustentabilidade ambiental;
- • diversificação da oferta de forma a possibilitar múltiplas trajetórias;
- • indissociabilidade entre educação e prática social;
- • indissociabilidade entre teoria e prática no processo de ensino-aprendizagem.
Sendo assim, o objetivo da proposta é, justamente, colocar o estudante como protagonista de sua aprendizagem, assegurando direitos iguais para todos.
Entre os motivos que impulsionaram a reforma da última etapa da educação básica, cabe destacar a estagnação do ensino, além de o currículo atual ser bastante extenso e não corresponder aos anseios dos jovens e das demandas do século XXI.
Além disso, o novo plano sustenta-se na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), permitindo que o aluno se aprofunde nas disciplinas que mais se aproximam de seus interesses e talentos, por meio dos itinerários formativos.
Quais serão as principais mudanças implementadas?
Para que o ensino esteja alinhado às novas exigências do mercado, há algumas transformações importantes que serão realizadas com a implementação do Novo Ensino Médio.
Entre essas mudanças, destacamos:
Carga horária
Com base no ensino em países do exterior, o currículo foi adaptado para 3.000 horas, que deverão ser distribuídas ao longo dos anos de ensino. Deste total, pelo menos 1.800 delas serão direcionadas a disciplinas obrigatórias, a chamada formação geral básica. As 1.200 horas restantes deverão ser alocadas às matérias de interesse do aluno, para o aprofundamento do conhecimento.
No Colégio Dona Clara, essas 1800 horas da Formação Geral Básica serão distribuídas em 600 horas na 1ª série, 600 horas na 2ª série e 600 horas na 3ª série. As 533 horas restantes para cada série serão dos itinerários formativos.
É importante ressaltar que o Colégio Dona Clara fará uma implementação gradativa do Novo Ensino Médio, ou seja, 1ª série em 2022, 2ª em 2023 e 3ª série em 2024.
Itinerários formativos
Um dos principais objetivos trazidos pelo Novo Ensino Médio, como dito anteriormente, é permitir que o aluno saia da escola com um currículo diversificado. O objetivo é aprofundar e consolidar a formação integral dos estudantes para concretizarem o seus Projetos de Vida, fortalecendo o protagonismo dos jovens.
Neste aspecto, o Itinerário Formativo tem como proposta um conjunto de situações e vivências que os estudantes podem escolher de acordo com suas aptidões e interesses dentro das Áreas de Conhecimento. As áreas do conhecimento são:
- • Linguagens e suas tecnologias;
- • Matemática e suas tecnologias;
- • Ciências da natureza e suas tecnologias;
- • Ciências humanas e sociais aplicadas;
ENEM
Todas as avaliações externas, como é o caso do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por exemplo, serão revistas e sofrerão alterações conforme a reformulação da BNCC no contexto do Novo Ensino Médio.
Questões como tempo de realização da prova, formato e aplicação deverão ser definidas a partir desta reestruturação.
O Ministério da Educação auxiliará nas mudanças com duas políticas principais: Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio (ProNem) e Programa de Fomento à Implementação de Escolas de Tempo Integral (EMTI).
O que muda para os professores com o Novo Ensino Médio?
Haverá mudanças, também, para os profissionais da educação. Estes deverão planejar e realizar as aulas de maneira integrada entre as diferentes áreas do conhecimento/disciplinas. Assim, formaremos jovens como sujeitos críticos, criativos, autônomos e responsáveis. Além de proporcionar experiências e processos que garantam a eles as aprendizagens necessárias para a leitura da realidade, o enfrentamento dos novos desafios da contemporaneidade (sociais, econômicos e ambientais) e a tomada de decisões éticas e fundamentadas.
Especialmente em momentos de transição como este, buscar uma boa escola, que ofereça ensino de qualidade, contar com professores bem preparados e se adapte rapidamente às mudanças é fundamental para garantir uma mudança tranquila para os filhos.
Então, para você não errar na escolha do colégio ideal para seu/sua filho(a), confira as dicas que trazemos neste outro artigo: “Como escolher o melhor colégio para meu filho adolescente: que características devo considerar para não errar”.
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