Inteligência emocional na adolescência: como ajudar os filhos a lidar com os sentimentos

É bem provável que você já tenha ouvido falar de inteligência emocional. Este conceito, que tem como premissa o manejo saudável de nossas emoções, tem conquistado cada vez mais espaço, principalmente se consideramos a importância que tem na formação dos adolescentes e no desenvolvimento de habilidades necessárias para a vida adulta.

Ao contrário do que muita gente pensa, um jovem que possui inteligência emocional não é aquele bastante calmo, tranquilo e controlado, que não se irrita, se frustra ou chora. Na prática, a habilidade está relacionada à capacidade de compreender as próprias emoções e as dos demais, e de lidar melhor com os sentimentos.

Ao longo da vida, experienciamos diversas emoções: angústia, receio, incerteza, tristeza, raiva, frustração, tranquilidade, alegria… Possuir a capacidade de reconhecer cada uma dessas sensações é fundamental para uma existência mais equilibrada.

Entretanto, se os adultos sentem grande dificuldade para compreender seus sentimentos, imagine os adolescentes, que precisam encarar uma série de transformações complexas na vida, assumindo mais responsabilidades e tendo mais liberdade para tomar decisões à medida que enfrentam as emoções desencadeadas pelas mudanças hormonais.

Todas as novidades encaradas nessa faixa etária podem interferir em áreas importantes, como o convívio familiar e social, o desempenho escolar e a própria formação do aluno.

Nesse contexto, desenvolver sua inteligência emocional é essencial para que seu/sua filho(a) possa fazer a gestão das emoções e ter mais autoestima, autonomia, resiliência, empatia e sociabilidade.

Portanto, sabendo da importância de trabalhar essa competência, preparamos este conteúdo para você que deseja o melhor para os seus filhos e se preocupa com o aprimoramento de habilidades que serão necessárias ao longo das diferentes fases da vida deles. Então, continue a leitura para descobrir mais sobre este tema tão importante.

Afinal, o que é inteligência emocional?

O que é inteligência emocional

De forma geral, o conceito de inteligência emocional está relacionado à capacidade de fazer a gestão dos próprios sentimentos e de expressá-los de modo apropriado e eficaz.

Com isso, a habilidade envolve a compreensão desses sentimentos, o controle de impulsos, a persistência diante de problemas e dificuldades, a adaptação frente a mudanças, a automotivação e a empatia. Ao aprender a se expressar, será mais fácil para o jovem lidar com frustrações, resolver conflitos e encarar situações e desafios de forma mais saudável.

Evidentemente, essa competência não é construída da noite para o dia. Ela faz parte de um processo de amadurecimento emocional que deve ser encorajado e exercitado ao longo da vida.

Nesse contexto, é essencial que os pais entendam que a família exerce um papel fundamental no processo, especialmente ao oferecer suporte e ajudar os adolescentes a superarem as mudanças e desafios dessa fase da vida e a desenvolverem a sua inteligência emocional.

Quais são os benefícios da inteligência emocional na adolescência?

Benefícios da inteligência emocional na adolescência

O entendimento e o controle das próprias emoções é algo essencial para que o adolescente tenha mais sucesso ao enfrentar os desafios da vida. Desenvolver a inteligência emocional, portanto, traz uma série de benefícios, tais como:

  • • Aprender a lidar com os sentimentos de forma saudável;
  • • Saber como controlar as emoções;
  • • Ter capacidade para resolver melhor os conflitos;
  • • Conseguir encarar situações e desafios de forma racional;
  • • Diminuir os níveis de ansiedade e estresse;
  • • Elevar a autoestima e autoconfiança;
  • • Desenvolver a empatia pelo próximo;
  • • Aprimorar o equilíbrio emocional.

Como ajudar os adolescentes a desenvolverem a inteligência emocional?

Antes de apresentarmos dicas para que você possa ajudar seus filhos a desenvolverem inteligência emocional, é importante ressaltar que você é um exemplo para eles.

Ainda que, durante esta fase, eles possam tentar se distanciar um pouco, devido à falta de compreensão sobre quem são e os dilemas próprios da idade, é essencial que você esteja preparado(a) para guiá-los no processo e mantenha sempre um canal de diálogo aberto. Outras sugestões incluem:

Ajudar na identificação das emoções

Um dos primeiros passos para desenvolver a inteligência emocional na adolescência é criar um espaço no qual o jovem se sinta confortável para compartilhar aquilo que está sentindo.

Dessa forma, estimule-o a falar sobre as próprias emoções, tanto as positivas quanto as negativas.

Lembre-se de, nesses momentos, evitar censurar as emoções. Por isso, busque não utilizar frases como “engole o choro”, “isso é frescura”, entre outras. Por mais que você deseje que seu/sua filho(a) seja forte, isso pode fazer com que ele(a) reprima sentimentos, uma prática nada saudável.

Equilibrar a liberdade estipulando limites

A curiosidade faz parte da adolescência. Por isso, os jovens têm necessidade de experimentar diferentes cenários, ambientes e sensações, e se envolvem com diversas atividades e pessoas na busca pela aceitação e construção de laços.

Com isso, faz parte das atribuições da família permitir que os adolescentes façam escolhas, exercitem a autonomia e aprendam a agir em sociedade. Entretanto, é essencial também propor limites, para estabelecer um equilíbrio entre a liberdade, as percepções próprias, a vivência e a segurança.

Permitir o aprendizado por meio das frustrações enfrentadas

Não é errado sentir. As emoções, sejam boas ou ruins, não devem ser motivo para vergonha, mas sim para aprendizado.

Por isso, é importante ajudar a preparar seus filhos para que eles sejam resilientes e capazes de tirar proveito de todas as situações, e também para que possam amadurecer e crescer.

Demonstrar empatia

A culpa pelos sentimentos e a dificuldade de entender o que está acontecendo são comuns na adolescência. Diante disso, evite ser mais um fator gerador de sentimentos negativos. Afinal, a culpa, aliada a todas as outras emoções dessa fase, só deixará tudo ainda mais complicado.

Por isso, demonstre empatia, escute e evite julgamentos (sem deixar de mostrar que cada um é responsável por seus atos).

Com muita compreensão e paciência, você poderá criar um vínculo de confiança mais consistente e saudável.

Como vimos, a inteligência emocional é essencial para o bem-estar, o equilíbrio e a felicidade de seu/sua filho(a). Ela é, também, uma competência importante para o mercado de trabalho atual. Para continuar se aprofundando no assunto, confira este outro artigo: “Competências socioemocionais: como elas impactam o futuro profissional?”.

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