Emoções na infância: como ajudar a criança a desenvolver inteligência emocional?
Desenvolver a inteligência emocional na infância é uma medida importante que os pais devem tomar para auxiliar no crescimento das crianças. Essa capacidade pode e deve ser trabalhada a partir dos primeiros anos de idade.
Mas como trabalhar essa questão? Antes de explicar algumas maneiras, pontuamos os benefícios da inteligência emocional na infância. Confira!
Quais os benefícios da inteligência emocional na infância?
Desde os primeiros momentos de vida da criança, os pais oferecem estímulos para que ela se desenvolva em diversos aspectos. Linguagem e saúde física são considerados os principais, mas a inteligência emocional também não “nasce pronta”. Ela precisa de incentivos para amadurecer.
De acordo com Daniel Goleman, um dos pesquisadores mais expressivos sobre o assunto, inteligência emocional é a capacidade de gerir os sentimentos e expressá-los de maneira apropriada e eficaz. Para ele, os pilares dessa inteligência são autoconhecimento, gestão das emoções, empatia e sociabilidade.
O pesquisador aponta como benefícios da inteligência emocional:
- • Aumento de produtividade e de comprometimento com metas;
- • Diminuição dos níveis de ansiedade e estresse;
- • Maior capacidade de tomada de decisão;
- • Mais clareza nos objetivos de vida;
- • Maior autoestima e autoconfiança;
- • Maior empatia pelo próximo;
- • Mais equilíbrio emocional;
- • Melhor gestão do tempo.
A partir desses benefícios, falar de inteligência emocional na infância parece ser extremamente necessário, certo? E é! Uma criança que desenvolve essa competência lida melhor com os sentimentos e as emoções. Considerando que elas estão aprendendo sobre frustrações, é importante saber se expressar.
Com isso, os pais também sentirão maior facilidade para resolver melhor conflitos e incentivar seus/suas filhos(as) a encararem situações e desafios de forma saudável. E como contribuir para o desenvolvimento da inteligência emocional na infância?
Como ajudar a criança a desenvolver a inteligência emocional?
Auxiliar a criança a identificar e expressar emoções
Para desenvolver a inteligência emocional na infância, os pais devem ajudar os(as) filhos(as) a identificarem e expressarem seus sentimentos. Mas pode existir certa dificuldade quanto a isso.
As crianças têm sentimentos e emoções, como jovens, adultos e idosos. No entanto, pela falta de maturidade própria da faixa etária, elas não têm essa consciência. Por isso, é preciso encontrar maneiras para tornar o ambiente favorável a esse tipo de expressão.
Um filme ou uma história de livros podem trazer personagens com os quais elas se identificam. Que tal pegar um gancho e perguntar se seu/sua filho(a) já sentiu algo semelhante?
Neste momento, é importante deixar a criança falar sobre o que sente para que ela perceba que é ouvida e acolhida. Há livros de psicologia infantil que explicam o significado dos sentimentos que podem ajudar os pais e as crianças.
Quando os pequenos conseguem identificar e expressar suas emoções, passam a ter reações mais saudáveis. E outra boa estratégia é oferecer alternativas para que eles extravasem certos sentimentos de forma positiva. O excesso de estímulos normalmente causa irritação, e um cochilo pode ser bom.
Gastar energia com esportes ou atividades ao ar livre também são ótimas alternativas para aliviar a raiva e outros sentimentos “explosivos”. Daqui pegamos outro gancho para auxiliar a desenvolver a inteligência emocional na infância: formas saudáveis de lidar com as frustrações.
Apresentar formas saudáveis de lidar com as frustrações
Os instintos materno e paterno levam adultos a proteger as crianças. No entanto, é preciso ter atenção com essa atitude, porque ela pode impedi-las de aprender a lidar com as perdas e frustrações naturais da vida. Ou seja, ao invés de ajudá-las a desenvolver a resiliência, passam a elas a impressão de que elas nunca perderão nada.
Para desenvolver a inteligência emocional na infância, é preciso entender as frustrações e lidar com elas. Por isso, apresentamos duas dicas para pais e mães neste sentido:
- • Jogos e brincadeiras: trazem diversas situações aflitivas e de perda, que são ótimas para ensinar às crianças que não é possível mudar as regras para tentar ganhar.
- • Esportes e atividades de grupo: boas maneiras de trabalhar a resiliência e proporcionar um espaço seguro para o aprendizado e a vivência coletiva.
Ensinar a empatia
A empatia é um dos pilares da inteligência emocional na infância. Basicamente, é ter a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. As crianças têm um bom potencial de absorver esses conceitos, e os pais devem aproveitar a pouca idade para incuti-los.
Uma forma de fazer isso é apontar para realidades diferentes e ensiná-las a não desconsiderar o sentimento e/ou as dificuldades de um coleguinha.
Imagine uma situação em que seu/sua filho(a) briga com outra criança por causa de um brinquedo. Pode parecer caótico, mas é um bom momento para estimular a empatia. Um pedido de desculpas é importante, mas não deve ser a única medida.
Pergunte a ele(a) como se sentiria se a outra criança pegasse seu brinquedo e o(a) permita se explicar e se expressar, mas faça uma advertência de que aquela pessoa também tem sentimentos que devem ser respeitados.
Seja qual for a maneira que os pais escolhem para estimular o desenvolvimento da inteligência emocional na infância, o mais importante é praticar a empatia no dia a dia. Afinal, as crianças aprendem mais pelo exemplo.
Trabalhar a autonomia e a autoestima
A autonomia e a autoestima são características que podem ser reforçadas desde os primeiros meses.
Os bebês podem explorar o ambiente seguro, comer com suas próprias mãozinhas e aos poucos adquirir mais confiança. Quando mais velhos, já podem amarrar o próprio tênis, tomar banho e se vestirem sozinhos.
A entrega de um documento na secretaria da escola é outra prática que estimula a autonomia. Tudo isso parece pouco para os adultos, mas são pequenos passos para dar responsabilidade às crianças e ajudá-las a se tornarem mais fortes e seguras.
A autoestima também está diretamente conectada a se sentir seguro, arriscar mais e confiar no próprio potencial. Na prática, os pais devem, sim, elogiar, a capacidade de seus/suas filhos(as), mas com foco no esforço. Dizer “como você é bom em português” é menos benéfico do que “parabéns, você conseguiu terminar a lição de casa de hoje”.
Matricular a criança em um colégio que valoriza a inteligência emocional na infância
Um bom colégio, com valores e atividades voltadas para as competências socioemocionais, é fundamental para o desenvolvimento infantil. Com profissionais capacitados para lidar com essa faixa etária, é possível colocar em prática todas as dicas que pontuamos até aqui.
O estímulo à empatia, o incentivo à comunicação, à interação e à sociabilidade, bem como o fomento à expressão dos sentimentos fazem parte da rotina de um colégio bem-conceituado. Afinal, a instituição é um dos pilares do desenvolvimento de seus alunos.
O desenvolvimento da inteligência emocional na infância pode se dar de diversas maneiras. Quando os pais implementam essas práticas, eles dão a estrutura necessária para que a criança cresça sabendo gerir melhor seus sentimentos.
A vida escolar na primeira infância também é uma etapa muito importante para o desenvolvimento desse tipo de inteligência. Veja a seguir a importância da escola na primeira infância!